Assassino ou Azarado?

Um tempo atrás eu levei minha filha mais velha e umas amigas dela a uma festa de aniversário numa chácara. Além do fato de que eu sou um ser superior e o melhor pai do mundo, também existem pais e mães, filhos de uma égua, que inventam de fazer festas de aniversário para seus filhos lá onde a porra do Judas, perdeu as porras das botas… mas, eu levei…

Cruzando o campo em certa velocidade com meu carro recém lavado [Murphy!!!!], avistamos três pombas sentadas no meio da estrada. Em mais de vinte anos de direção eu jamais havia atropelado um pássaro. É verdade que já passei bem perto de alguns pardais, e uma galinha quase veio parar de baixo do meu carro, mas, sempre eles deram um jeito de escapar. Eu me lembro de um episódio de Seinfeld onde George está dirigindo e tem um pombo sentado no meio da estrada. A companheira dele [do George, não do pombo] insiste para que ele pare o carro. “Os pássaros saem do caminho”, disse o George, “eles sempre saem.” A próxima coisa que se vê é um monte de penas voando pra tudo que é lado. Eles sempre saem do caminho, eu pensei.

Ao nos aproximarmos os pássaros entraram em pânico. Um voou para esquerda, outro para a direita, e o terceiro, em uma demonstração sem precedentes de burrice animal, voou direto em nossa direção, acertando o carro num estrondo.

“Ha!” Eu ri. Ouve um breve silêncio.

“Eu não posso acreditar que você acabou de rir”, disse a minha filha.

A verdade é que eu não faço a mínima ideia do motivo da minha risada. Talvez tenha sido o jeito em que o passarinho voou em direção ao carro, que me lembrou a coisas de desenho animado. Talvez tenha sido o cômico pequeno estrondo. Mas, eu expliquei para ela [e para as amigas que estavam em choque no banco de trás, como se eu tivesse matado o Robert Pattinson, o astro de Eclipse], que na verdade eu não achei divertido, que eu estava com dó da pequena anta com asas, que eu não sou um rebelde em relação à natureza, assassino de pássaros com capricho, desprezo e menoscabo… e que aquele lugar era tão lindo, e se elas sentiam o cheiro de paz que vinha dos campos, que Deus é fantástico, criando tudo tão cheio de cores, e … Bem, não tem hora que você sabe quando abriu seu próprio buraco, caiu nele, pulou pra fora, esquece que ele ainda está lá e depois cai novamente? Pois é. Alguns minutos depois uma borboleta se espatifou contra o pára-brisa.

“Ha!” Eu ri. “Acabei de matar uma borboleta.”

“Tem alguma coisa errada com você, eu vou ligar pro Nelson*”, disse a minha filha.

Em seguida, uma das meninas do banco de trás se apressou em dizer: “Seu Ivan,  não precisa vir buscar a gente que a mãe da Carol vai dar carona.”

Só pra constar. Eu realmente não me comprazo em matar pássaros ou borboletas.

*Nelson – O psicólogo da família.

15 comentários sobre “Assassino ou Azarado?

  1. Ivan, que cena. Como pais somos tão horrendos. Acho que a solução passa por um iphone 4 pra sua filhota. É tiro e queda. [ops, desculpe o trocadilho]

    1. Tom,

      Que legal vê-lo por aqui!

      Você tem poderes sobrenaturais. Ela vive me pedindo um negócio desses, e eu vivo, horrendamente [ha], dizendo não. Trocadilhos são sempre bem vindos, mesmo quando são tão perversos como o seu… rssss

      Abraço, meu amigo!

      Ivan.

  2. Caro Ivan,

    Se estivesse no carro, acho que ficaria chocada fazendo a mesma cara que sua filha e as amigas dela.
    Porém como estou no trabalho, sentada quase na frente do meu chefe … acabei dando uma bela gargalhada.
    Acho que a cara que fiz o que descreveu acima: Bem, tem hora que você sabe quando abriu seu próprio buraco, caiu nele, pulou pra fora, esquece que ele ainda está lá e depois cai novamente?
    Porque eu invento de ler essas coisas, quando ele está aqui?

    1. Hahahaha

      Seu chefe não tinha nada que ficar sentado no meio da estrada! hahahaha Ele voou, ou você o acertou em cheio? rsss

      Realmente, cuidado ao ler o Lúdico em determinados momentos, as reações podem ser diversar… rs

      Muito obrigado querida, por seu comentário! Fico bem feliz de provocar gargalhadas, mesmo que na hora errada.

      Beijinhos.

      Ivan.

  3. Só uma coisa me vem a mente nessa hora: “Pooorra, Ivan! Como é que tu me faz uma dessa com as gurias?” (ouça com um bom sotaque carioca, rs).
    rsrsrs
    Eu acho que ia encostar o carro e chorar se eu tivesse atropelado o pombo. Deve ter sido um susto e tanto, e essas coisas me dão uma angústia que você não tem ideia. Credo.
    E bem, ao menos você já sabe que se livrou de levar sua lindinha pra qualquer festa de aniversário que vier a acontecer. E se levar, não vai ter amiguinha nenhuma no carro… rsrsrs

    Beijoca

    1. Nada a ver, nada a ver…

      Pô, tu acha que eu curti a morte do bichinho?? Nem curti! O riso foi de nervoso, saca? Uma vez, no subúrbio aí do Rio, quando eu era um jovem vendedor da Honeywell [não é fábrica de mel não], eu perdido procurando uma fábrica, entrei numa rua, e um filhotinho de cachorro, saiu da calçada, do lado da sua dona, uma menininha, e atravessou a rua… tchum… foi o som que ouvi debaixo do meu carro. Eu fiquei em pânico, e com medo de parar o carro e ser agredido, ou algo semelhante. Fato é que fiquei mal por vários dias… aliás, vou até ali chorar e vomitar a morte do filhotinho….

      Buáááááááááááááá

      Nem vou mandar beijinho

      Buááááááááaáááááááááááááááááááááááá

  4. Me senti meio que entrando no fórum (consciencia pesada?): deixei nome, mail, e site… 🙂

    Ahhh…!! Cativante atividade essa, a de pai!
    ainda mais quando temos filhas assim, tããão espertas (como é o meu caso, também).

    Que coisa: vim aqui através de um post da Luna do dia 14 de janeiro…, aonde ela fala das frases no Amor de Papelão.

    Acho que vc conversa da maneira certa.
    Estar dentro desses acontecimentos, relatados na história, foi um prazer.

    Honeywell era uma empresa de maquinas de calcular, né; uma coisa assim…

    Abrçs.

    1. Olá Sylvio!

      Me desculpe a demora em responder… ando numa correria.. 🙂

      Poxa, aqui não é forum não! Essas formalidades para deixar um comentário nos são impostas pela plataforma do próprio blog. Para mim, que escrevo, é um tanto indiferente. Mas, ainda sempre há a opção de mentir as informações!! rssss

      Obrigado pelas palavras deixadas. De fato eu acho que sempre é bom conversar em pé de igualdade com nossos filhos. Claro, sem esquecer que quem paga a conta somos nós, né? rsssss

      Olha a Honeywell é uma grande empresa americana que tem um portfolio espantoso de produtos, mas eu desconheço a calculadora. No meu caso em particular, eu vendia step controllers, termostatos, umidostatos, válvulas, atuadores, enfim, uma variedade de produtos de instrumentação para a indústria e empresas de ar condicionado central. Não sinto a mínima saudade!!! Quer dizer, sinto falta dos passeios de limusine que eles promoviam quando eu ia visitar a sede lá em Minneapolis… hahaha

      Um abração!

      Ivan.

  5. tb já atropelei um pombo suicída sem contar as duas rolinhas que entraram em meu ap. todo telado, pois tenho 3 gatos e se deixaram abocanhar, sei lá viu, deve ser defeito no chip deles, só sei que fiquei traumatizada, qual o telefone de Nélson?

    1. Querida Felina,

      Você falou passarinhos dentro de um apartamento, eu falo: TERROR, PÂNICO, DESESPERO, DESCONTROLE. Cara, eu morro de medo pássaros nessas condições. Sei lá o que acontece, mas eu entro em total pânico. Só de pensar fico desesperado. Caraca!!!! Não, nem pensar!!!!

      O psicólogo atende pelo seguinte número:

      Nelson Van Lasperg
      41 3353-7638

      Beijo.

      Ivan.

  6. kkkkkkkkkk desculpe-me kkkkkkkkkk não consigo parar de rir kkkkkkkkk pensei que essas coisas só acontecessem comigo kkkkkkk quando eu conseguir parar de rir escrevo algo mais decente…tô sóbria, tá?!!!! bjnhos

  7. Ivan, meu nome correto é Nelson Antonio von Lasperg e meu telefone é 3343-7378

    1. Nelson!!!!!! Que prazer te ver por aqui!!! Poxa, será que a moça encontrar alguém legal para atendê-la? Eu pensei ter dado o número correto. 😛

      Um abraço!

      Ivan.

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